As Histórias que Jesus Contou: O Empregador Generoso, Mateus 20:1–16

Por Peter Amsterdam

Março 11, 2014

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Esta parábola, como outras contadas por Jesus,[1] começa com as palavras “O reino dos céus é semelhante a …” A frase avisa ao ouvinte que Jesus vai dar informações sobre Deus, como Ele é, como os que vivem no Seu reino e o aceitam em suas vidas devem ver as coisas. Vamos entender de perto o que Jesus diz.

O reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha.[2]

A expressão “pai de família” é traduzida em outras versões da Bíblia como dono de casa ou dono da plantação. Muitas famílias da Palestina do primeiro século cultivavam terras próximas de onde moravam. Na história, o dono da casa tinha uma vinha cujo tamanho exigia que se contratassem trabalhadores adicionais nos períodos em que era importante que o trabalho fosse feito rapidamente, como acontece na colheita.

Em busca de mais trabalhadores para um período curto de tempo, o proprietário da terra foi ao mercado, onde os homens costumavam ficar na esperança que alguém lhes oferecesse trabalho, mesmo se somente por um dia. A vida dos diaristas naquela época era difícil. Cada noite, voltavam para suas famílias com a alegria de terem ganhado o suficiente para terem comida na mesa, ou sem nada. Para encontrar trabalho, ficavam na praça, onde todos os viam e entendiam que eram desempregados. Era uma condição humilhante, mas ser contratado e pago era vital para a sobrevivência de suas famílias. Aqueles homens povoavam a base da pirâmide econômica, pelo que as Escrituras determinavam que fossem pagos ao fim de cada dia, pois precisavam do dinheiro para a sobrevivência.

Deuteronômio 24:14–15 diz:

Não explorarás o assalariado pobre e necessitado, seja ele teu irmão, seja ele estrangeiro que mora na tua terra e nas tuas cidades. No mesmo dia lhe pagarás o seu salário, para que o sol não se ponha sobre a dívida, pois ele é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.[3]

O dono da vinha saiu no início da manhã para contratar trabalhadores por um dia inteiro. Escolheu alguns e negociou com eles o valor que receberiam por um dia de trabalho. Como não havia relógios, a jornada começava ao nascer do sol e findava ao despontar da primeira estrela no céu noturno. Era o equivalente a um expediente de 12 horas.

E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a sua vinha.[4]

Um denário era o valor padrão por um dia de trabalho à época. Não era muito, mas bastava para o sustento de uma família. Os trabalhadores concordaram com esse valor e partiram na esperança de que, no fim do dia, fosse-lhes pedido para voltarem na manhã seguinte. E para a vinha foram, felizes porque teriam dinheiro para levar para casa naquela noite.

Lemos na história que o proprietário de terra voltou ao mercado para recrutar mais trabalhadores.

Perto da hora terceira ele saiu e viu, na praça, outros que estavam desocupados. Disse-lhes: “Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo.” E eles foram.[5]

A segunda ida do homem ao mercado aconteceu na metade da manhã, por volta das nove horas. Ao ver que os homens ainda esperavam para ser contratados para aquele dia, fez nova seleção e despachou os escolhidos para a vinha. Não acertou nenhum valor com eles. Disse-lhes que lhes daria um valor justo pelo trabalho feito. Os homens aceitaram a proposta, o que dá a impressão de que o contratante era um homem de confiança e respeitado na comunidade.

Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.[6]

Ao meio-dia e às três da tarde a cena no mercado se repetiu, resultando em mais homens contratados. Nada é dito com respeito a algum acerto relacionado ao valor que esses novos recrutados receberiam.

Uma hora antes do fim do dia, o empregador foi ao mercado pela quinta vez.

Perto da hora undécima ele saiu e encontrou outros que estavam desocupados, e perguntou-lhes: “Por que estivestes aqui desocupados o dia todo?” Responderam-lhes: “Porque ninguém nos contratou.” Disse-lhes: “Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.”[7]

Não é difícil imaginar que aqueles homens estivessem desesperados por trabalho e quão desanimador deve ter sido passar o dia inteiro em um lugar público esperando em vão serem contratados. Estavam certamente em busca de trabalho, ou não teriam ficado o dia inteiro ali, na esperança que algo acontecesse. Se nada acontecesse voltariam de mãos vazias para suas famílias.

Quando o homem lhes perguntou o motivo de ainda estarem ali, responderam que ninguém os havia contratado. Então, para a vinha os mandou. Não foi estipulado quanto receberiam por apenas uma hora de trabalho. Possivelmente imaginaram que por menor que fosse a recompensa, o patrão poderia decidir por contratá-los para trabalharem na vinha no dia seguinte. Não tardou, chegou o fim da jornada e a hora de remunerar os trabalhadores.

Chegada a tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador: “Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até os primeiros.”[8]

Temos aqui uma informação nova e surpreendente. O pai de família tem um administrador, um capataz para cuidar das coisas. Quem ouvia a história em primeira mão muito provavelmente ficou pensando por que o proprietário da vinha estaria fazendo as contratações, e não o seu administrador. Não era o costume que fazendeiros que dispunham de capatazes se envolvessem com as questões do dia-a-dia de suas propriedades, muito menos fizessem cinco viagens em um dia ao mercado para contratar diaristas. Além disso, por que não contratou o número certo de trabalhadores logo pela manhã, evitando assim outras quatro operações de recrutamento?

Jesus contava uma parábola, não algo que de fato tivesse ocorrido. E como veremos, as cinco idas do empregador ao mercado e do seu envolvimento pessoal com essa questão são os elementos na história que Jesus usa para dar a mensagem que queria ensinar.

Aqueles que O ouviam ficaram provavelmente intrigados pelas estranhas instruções dadas ao capataz referentes ao pagamento dos trabalhadores. Ele deve compensar primeiro os últimos a serem contratados e pagar por último os primeiros recrutados por dia —uma ordem que, como veremos, causou alguns problemas.

Vindo os da hora undécima, receberam um denário cada um. Vindo, porém, os primeiros, pensaram que receberiam mais. Porém, também eles receberam um denário cada um.[9]

Como sabemos, as parábolas não são ricas em detalhes e esta fala apenas do pagamento feito aos trabalhadores do primeiro e do último grupo. O que se infere é que todos que trabalharam naquele dia, independentemente de quanto, receberam o equivalente a uma jornada completa, ou seja, um denário. Quando os primeiros contratados viram que os que haviam trabalhado apenas uma hora haviam recebido o valor integral de um dia, imaginaram que seu ganho seria maior. Na sua maneira de ver, faria sentido. Entretanto, receberam o mesmo valor que todos os demais, ou seja, um denário.

Se o dono da vinha houvesse pagado primeiro os que trabalharam o dia inteiro, eles teriam ido embora sem sequer ficar sabendo quanto os outros teriam recebido e todos iriam para casa felizes. Contudo, os contratados no início do dia se sentiram lesados quando viram que os que haviam trabalhado apenas um décimo da jornada haviam recebido o pagamento integral de um dia. Naquela época, usava-se uma moeda chamada pandion[10], que equivalia a 1/12 de um denário. É possível que aqueles que trabalharam o dia todo sentissem que um pandion seria o pagamento dos que trabalharam tão menos, ou que o proprietário seria justo ao pagar mais para quem mais tempo trabalhara. E os insatisfeitos não esconderam do empregador seus sentimentos.

Tendo-o recebido, murmuravam contra o pai de família. “Disseram: Estes últimos trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e o calor do dia.”[11]

Não gostaram de terem recebido o mesmo valor e tratamento que os que trabalharam apenas uma hora. Queixaram-se ao dono da vinha, alegando que este não levara em consideração o tempo que dedicaram ao trabalho ou o fato de haverem labutado no período mais quente do dia. Acusaram-no de parcialidade e de não ser justo no tratamento dado aos que chegaram na vinha primeiro.

Depois de ouvir as acusações, o proprietário responde a um deles, provavelmente, o mais falante do grupo.

Mas ele disse a um deles: “Amigo, não te faço injustiça. Não combinaste comigo um denário?”[12]

A palavra “amigo” aqui usada é a tradução do termo grego hetairos, encontrado em outros dois versículos em Mateus. Um está na passagem em que o homem chegou ao banquete nupcial sem os trajes adequados e, portanto, foi expulso da festa; no outro versículo, Jesus chama Judas de “amigo”, enquanto este O traía.[13] O dono da vinha chamar o homem de “amigo” não foi algo positivo.

À pergunta feita só cabia uma resposta positiva, pois um denário fora o valor exato que os trabalhadores haviam aceitado como pagamento por um dia inteiro de trabalho. Ao lhes entregar o valor combinado, o empregador cumprira sua promessa.

Como é típico nas parábolas, a lição que Jesus está ensinando é expressa no fim da narrativa, quando o fazendeiro diz:

“Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo que lhe dei. Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso?”[14]

Em outras traduções, como a Edição Contemporânea de Almeida (ECA), na Edição Revista e Atualizada (RVA) e na Edição Corrigida e Revisada, Fiel (CRF), dentre outras, a frase “você está com inveja porque sou generoso?” foi traduzida para “é mau o teu olho porque eu sou bom?” É uma tradução literal do grego de uma expressão idiomática do hebraico, como um estudioso explica:

A fala do fazendeiro generoso remete às expressões hebraicas “olho mau” e “olho bom”, as quais sugerem um contraste acentuado entre uma pessoa generosa cheia de bondade e alguém sovina e egoísta. O generoso é o “olho bom”, motivado pelo interesse abnegado em ajudar os outros e ver que as necessidades dessas pessoas são atendidas. A pessoa egoísta é consumida por um interesse: aquilo que lhe pertence.[15]

Os que trabalharam todo o dia não entenderam que o empregador estava sendo generoso com os que precisaram. Não se alegraram pela boa sorte dos que foram contratados depois, mas estavam egoistamente buscando o próprio interesse e reclamando do tratamento injusto que, entendiam, o empregador lhes dispensara.

O dono das terras lhes perguntou se não tinha o direito de fazer como bem quisesse com o que lhe pertencia. Escolheu dar do que era seu aos que mais precisavam e perguntou aos que o questionavam se sua generosidade lhes incomodava. Teriam inveja das bênçãos que concedera aos demais?

Pela maioria dos padrões, as ações do empregador seriam consideradas injustas. Contudo, ele não estava se baseando nos padrões tipicamente aceitos e praticados. Sua justiça estava no fato de pagar aquilo que prometera aos trabalhadores. Ninguém recebera menos do que havia sido acertado. Se tivessem sido os primeiros a ser pagos, teriam ido para casa para suas famílias, orgulhosos e contentes, com a féria justa pelo dia de trabalho.

Mas e os outros trabalhadores? Também tinham famílias que precisavam ser alimentadas. Também precisavam chegar em casa com a cabeça erguida, mas não poderiam. Não eram merecedores do pagamento por um dia de trabalho porque não trabalharam o dia inteiro. Contudo, a generosidade do proprietário fez com que recebessem o que não mereciam. Além de justo, o dono da vinha era também compassivo.

A parábola revela como Deus é: justo e cumpridor de Suas promessas, mas também cheio de misericórdia. A misericórdia não tem nada a ver com justiça e equidade. Misericórdia é o que dá a alguém algo que a pessoa não tenha conquistado nem feito por merecer. É um ato de amor. É dar a quem não merece, que é a essência do amor de Deus, da Sua graça e da salvação.

Deus não está limitado pelo que nós, humanos, consideramos justiça e imparcialidade. Se fosse o caso, não existiria a esperança da salvação nem haveria perdão pelo pecado. Se recebêssemos somente o que merecemos, estaríamos em maus lençóis. Contudo, a exemplo dos trabalhadores que não mereciam o pagamento integral, somos beneficiários da generosidade, misericórdia e graça de Deus por meio da salvação.

Um escritor explica que o que levou o proprietário da vinha tantas vezes ao mercado não foi a necessidade de mais trabalhadores, mas o fato de ele saber que os homens em busca de trabalho precisavam de ajuda. Seu interesse maior não era o cuidado das vinhas nem a colheita de uvas, mas a compaixão pelos homens e suas famílias.

A beleza da história é que por causa da compaixão e da generosidade do dono da terra —o empregador— todos receberam o que precisavam. Não foi uma questão de tirar de uns para pagar os outros, mas foi uma decisão motivada pelo amor para atender à necessidade.

Vejo nessa parábola uma bela ilustração do chamado de Deus para a salvação. Alguns são chamados ou têm a oportunidade ainda cedo na vida; outros, mais tarde; alguns, no leito de morte. Deus, como o dono da vinha, vem para o mercado com frequência para ver quem está por lá, quem está pronto e em busca da salvação. Quer a salvação chegue a alguém cedo na vida ou no seu fim, o fato é que todos recebem a mesma salvação.

A parábola nos diz algo sobre a salvação e a respeito da natureza amorosa e compassiva de Deus. Trata também de outras questões importantes. Faz-nos pensar em nossas atitudes quando Deus manifesta Seu amor e bênção para os outros. Os trabalhadores que suportaram o calor do dia receberam a bênção do pagamento por um dia de trabalho, uma promessa que lhes fora feito e cumprida. Entretanto, quando viram que os que não haviam trabalhado tão arduamente ou pelo mesmo tempo haviam recebido a mesma bênção, não gostaram.

É interessante que esta parábola apreça logo depois de Pedro perguntar a Jesus o que os discípulos receberiam, já que tudo haviam deixado para segui-lO.[16] É pouco depois da parábola que lemos sobre o pedido da mãe de Tiago e João fez a Jesus, no qual manifestou o desejo que seus filhos sentassem à Sua direita e à Sua esquerda em Seu reino, o que muito irritou os demais discípulos.[17] Jesus então aproveita para ensinar que os maiores dentre eles devem ser os servos.[18]

Além de nos permitir maior compreensão da natureza de Deus, a parábola serve também como um lembrete para os salvos e em especial para os que servem o Senhor, de que a promessa da recompensa não deve ser motivo de especulação de quem terá a maior recompensa. A parábola mostra que o sistema de recompensas de Deus está muito além da percepção humana de justiça. Seus caminhos, Seus pensamentos, Suas formas de julgar e recompensar estão em um plano muito mais elevado que o nosso. Ele não está limitado aos cálculos de horas trabalhadas ou aos fatores de dificuldades dos trabalhos realizados. Como explicou um estudioso:

Assim como ninguém deveria pensar mal de um bom homem que vai além da justiça e dá aos pobres, ninguém deve questionar a bondade e misericórdia de Deus, pois Suas recompensas não estão limitadas a cálculos rígidos.[19]

Enquanto outras parábolas falam de graus de recompensa, esta não está lidando com essa questão. Independentemente de quando as pessoas começam a vida cristã ou seu serviço, serão recompensadas. Nesta parábola vemos que Deus é justo e abundantemente generoso. Os “retardatários” receberam muito mais do que esperavam. Alguns versículos antes dessa história, Jesus disse:

E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais, e herdará a vida eterna.[20]

Por isso, os que suportam o calor do dia receberão de Deus a justa recompensa. Ele será justo e generoso com todos que vêm a Ele.

Ao aplicar a parábola aos trabalhadores do Senhor de hoje, um escritor disse:

Os discípulos de Jesus de hoje devem ver as recompensas celestiais da mesma maneira. Só receberemos recompensas porque Deus nos chamou para trabalhar para Ele. Podemos contar que Ele será justo, gracioso e generoso quer O sirvamos a vida inteira ou por pouco tempo, porque nos tornamos Seus discípulos mais tarde na vida.[21]

Além de falar das recompensas e da generosidade de Deus, a parábola ensina princípios que se aplicam ao nosso cotidiano. Sentir inveja das bênçãos ou do sucesso alheio, como Deus cuida bem de alguns e supre as necessidades deles é nutrir a mesma atitude observada nos que reclamavam da generosidade do dono da vinha. Essa maneira de pensar e reagir é contrária ao que se vive no reino de Deus. Em vez sentir inveja, deveríamos nos regozijar pela generosidade e graça de Deus. Deveríamos nos alegrar com aqueles que Deus abençoou.[22]

É importante lembrar que, a exemplo do dono da vinha, Deus pode abençoar quem Ele bem entender pelos motivos que Lhe parecerem melhores. Talvez não entendamos por que alguém tão indigno aos nossos olhos pode ser tão abençoado, enquanto outra pessoa que, na nossa opinião, é muito mais merecedora e até mais necessitada, passa por grandes dificuldades e privações. Há certas coisas que simplesmente parecem injustas e erradas. Nesses casos, vale lembrar que o Senhor é amoroso, misericordioso e justo. Mesmo que não compreendamos tudo que Ele faz, nossa resposta deve ser confiar nEle. Nesta vida, nossa compreensão de tudo que Deus é e faz é limitada. Não é possível entendermos todos os Seus caminhos, mas, na vida por vir, teremos muito mais clareza. O que não entendemos agora, compreenderemos então. E quando isso acontecer, certamente ficaremos muito surpresos pela Sua bondade, amor, sabedoria e justiça. Hoje, devemos confiar; amanhã, entenderemos e celebraremos.

Jesus nos pede para deixar de lado nossos conceitos limitados do que é justo quando se trata do que vem das mãos de Deus e das recompensas que Ele dá. Devemos nos lembrar de que somos trabalhadores de última hora. Há sempre alguém que realizou mais no serviço para Deus do que eu e você. Olhe para os apóstolos, os mártires e tantos de nossos irmãos e irmãs em Cristo que serviram o Senhor nos séculos passados ou que ainda se dedicam ao Seu trabalho conosco hoje.

Deveríamos nos alegrar por entender que cada um é amado e aceito por Deus, não pelo que a pessoa faz, mas pelo que Ele é. Deus não nos salvou por causa de nossas obras, mas pela Sua graça amorosa. A salvação não resulta de nossos esforços, mas da Sua misericórdia. Nenhum de nós poderia fazer por merecer Seu amor, bênçãos ou recompensas. Cada um de nós recebe muito mais do que merece das mãos de nosso generoso e compassivo Pai. E sempre que possível, devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para copiar Seu exemplo de amor e compaixão em nossas interações com os outros.


O Empregador Generoso, Mateus 20:1–16 (ARC)

1 Porque o Reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

2 E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.

3 E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça.

4 E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

5 Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.

6 E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia?

7 Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha e recebereis o que for justo.

8 E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos derradeiros até aos primeiros.

9 E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um;

10 vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas, do mesmo modo, receberam um dinheiro cada um.

11 E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família,

12 dizendo: Estes derradeiros trabalharam uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.

13 Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste tu comigo um dinheiro?

14 Toma o que é teu e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.

15 Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

16 Assim, os derradeiros serão primeiros, e os primeiros, derradeiros, porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.


Nota

A menos que indicado ao contrário, todas as referências às Escrituras foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.


[1] Mateus 13:31, 33, 44, 45, 47; Lucas 6:47–49, 7:31–32, 13:18–21.

[2] Mateus 20:1.

[3] Também: “Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás. O salário do operário não ficará em teu poder até o dia seguinte” (Levítico 19:13).

[4] Mateus 20:2.

[5] Mateus 20:3–5.

[6] Mateus 20:5.

[7] Mateus 20:6–7.

[8] Mateus 20:8.

[9] Mateus 20:9–10.

[10] T.W. Manson, The Sayings of Jesus (Grand Rapids: William B. Eerdmans, 1979), 220.

[11] Mateus 20:11–12.

[12] Mateus 20:13.

[13] Mateus 22:12, 26:50.

[14] Mateus 20:14–15 NVI.

[15] Brad H. Young, Jesus the Jewish Theologian (Grand Rapids: Baker Academic, 1995), 136.

[16] Mateus 19:27.

[17] Mateus 20:20–24.

[18] Mateus 20:25–28.

[19] Arland J. Hultgren, The Parables of Jesus (Grand Rapids: William B. Eerdmans, 2000), 377.

[20] Mateus 19:29.

[21] Thomas L. Constable, Notes On Matthew, 2013 edition.

[22] Romanos 12:15.

Tradução Mário Santana. Revisão H.R.Flandoli.

 

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