Por Peter Amsterdam
Fevereiro 23, 2021
[Jesus—His Life and Message: Prediction About the Temple (Part 2)]
No artigo anterior, vimos que Pedro, Tiago, João e André perguntaram a Jesus sobre os eventos que Ele havia previsto e que sinal haveria de que essas coisas estavam prestes a acontecer.
Jesus começou avisando-os que muitos viriam em Seu nome e desencaminhariam as pessoas. Acrescentou que haveria guerras e rumores de guerras, que nação se levantaria contra a nação, e que aconteceriam terremotos e fomes. Então acrescentou: Estas coisas são o princípio de dores.[1]
Jesus continuou a advertência:
Deveis estar de sobreaviso. Sereis entregues aos tribunais, e sereis açoitados nas sinagogas. Sereis levados à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho.[2]
Ele estava prevendo a perseguição que ocorreria após a Sua morte. Não estava aconselhando os discípulos que procurassem escapar da perseguição, mas preparando-os para o que estava por vir. No Livro dos Atos e nas Epístolas, encontramos o cumprimento das previsões de Jesus.
Tendo chamado os apóstolos, açoitaram-nos, e mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir.[3]
Quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava, eu também estava presente, e consentia na sua morte, e até guardei as vestes dos que o matavam.[4]
O apostolo Paulo escreveu:
Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado.[5]
Lemos que Paulo e Silas foram presos e arrastados para o mercado diante dos governantes:
A multidão levantou-se unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas. Havendo-lhes dado muitos açoites, lançaram-nos na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança.[6]
Ao longo dos primeiros séculos da Era Cristã, os cristãos foram severamente perseguidos e muitas vezes mortos. O imperador Nero em 64 d.C. culpou os cristãos pelo incêndio que destruiu a maior parte da cidade de Roma, e isso resultou na matança de muitos cristãos. No século III d.C., os imperadores romanos ordenaram perseguição intensiva aos crentes, e a perseguição aos cristãos continuou até que o Imperador Constantino assinou o Decreto de Milão em 313 d.C., que trouxe uma aceitação geral do cristianismo em todo o Império Romano.
Mas primeiro o Evangelho deve ser pregado a todas as nações.[7]
É provável que Marcos esteja trazendo à tona que antes da destruição de Jerusalém e do Templo, o Evangelho se espalharia pelo mundo conhecido da época. Este ponto será abordado com mais detalhes no próximo artigo. Um autor escreve:
Para os escritores do Novo Testamento, a preocupação de Jesus em levar o evangelho a todas as nações começou já no Seu ministério e, de certa forma, já havia sido realizado na época em que Marcos escreveu este Evangelho.[8]
O apóstolo Paulo escreveu que o Evangelho fora “dado a conhecer pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações”.[9] Na epístola aos Colossenses, lemos:
Por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós. Em todo o mundo este evangelho vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade.[10]
Primeiramente dou graças ao meu Deus, por meio de Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé.[11]
Mas digo: Não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até aos confins do mundo.[12]
De volta à passagem em Marcos:
Quando vos conduzirem para vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer. O que vos for dado naquela hora, isso falai, pois não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.[13]
Jesus continuou o que lemos no versículo 9. Os discípulos receberam uma promessa de apoio, juntamente com o encorajamento. Essa mensagem provavelmente era de conforto para os discípulos, homens de pouca instrução. No Livro dos Atos, lemos: Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam, e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.[14]
Um irmão entregará à morte a outro irmão, e o pai ao filho. Filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, será salvo.[15]
A perseguição de que Jesus falava não era apenas política e social, mas também incluía a oposição da família. Nos Evangelhos segundo Mateus e Lucas, encontramos afirmações semelhantes:
Pois eu vim trazer divisão entre o homem e seu pai, entre a filha e sua mãe, entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.[16]
Pensais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão. Daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três. O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai, a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.[17]
O termo todos, na frase sereis odiado de todos não significa todo ser humano, mas por pessoas de todos os segmentos e camadas da sociedade — governantes, líderes religiosos, cidadãos, escravos, criminosos, filósofos e a sua própria família.[18] As palavras de Jesus fazem alusão a Miqueias 7:6, que afirma: Pois o filho despreza o pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa.
Apesar de tudo isso soar terrível, com até mesmo famílias traindo umas às outras, Jesus deixou uma palavra de encorajamento enquanto fazia uma promessa. Mas aquele que resistir até o fim será salvo. A palavra “fim” aqui não significa o fim quando “todas essas coisas surgem”, ou o final mencionado em Marcos 13:7: Quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis. Tais coisas devem acontecer, mas ainda não é o fim. Refere-se ao fim da vida dos crentes. Aqueles que perseverarem em sua fé ao longo de suas vidas “serão salvos”.
Ao longo do livro do Apocalipse, promessas semelhantes são feitas àqueles que perseveram.
Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.[19]
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.[20]
O que vencer será vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida, mas confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.[21]
Ao que vencer, dar-lhe-ei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.[22]
(Continua.)
A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright ©2001, por Editora Vida.
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[1] Marcos 13:8.
[2] Marcos 13:9.
[3] Atos 5:40.
[4] Atos 22:19–20.
[5] 2 Coríntios 11:24–25.
[6] Atos 16:22–23.
[7] Marcos 13:10.
[8] Stein, Mark, 600.
[9] Romanos 16:26.
[10] Colossenses 1:5–6.
[11] Romanos 1:8.
[12] Romanos 10:18.
[13] Marcos 13:11.
[14] Atos 4:13.
[15] Marcos 13:12–13.
[16] Mateus 10:35–36.
[17] Lucas 12:51–53.
[18] Stein, Mark, 601.
[19] Apocalipse 2:7.
[20] Apocalipse 2:10.
[21] Apocalipse 3:5.
[22] Apocalipse 3:21.
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