Por Peter Amsterdam
Julho 6, 2021
[Jesus—His Life and Message: John 15: Abide in My Love]
No final do capítulo 14 de João, Jesus disse aos Seus discípulos: Eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu. Eu vos disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.[1] O capítulo 15 começa com as palavras “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.”[2] Em um artigo anterior desta série que abordou a expressão “EU SOU” nos Evangelhos, os primeiros oito versículos do capítulo 15 foram discutidos, então não vou revisitá-los aqui. (Para ler esta postagem anterior em João 15: 1–8, clique aqui.)
Depois de falar com Seus discípulos sobre permanecer nEle,[3] Jesus passou a falar de Seu amor por Seus discípulos — Seus amigos íntimos que conviveram com Ele por alguns anos.
Como o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei no meu amor.[4]
O amor de Jesus por eles era como o amor que o Pai tem por Ele. O amor do Pai por Jesus é eterno; não conhece começo nem fim. É próximo, pessoal, imensurável e imutável. Ele disse a Seus discípulos que eles deveriam fazer sua morada em Seu amor, ou seja, tornar Seu amor por eles sua identidade.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.[5]
Depois de lhes dizer para ‘permanecer no Seu amor’, Jesus descreve aos Seus discípulos como fazer isso. Devem obedecer ao que lhes ensinou, da mesma maneira que Ele obedeceu às instruções de Seu pai. Assim como a obediência de Jesus O mantém continuamente no amor do Pai, os discípulos permanecerão em Seu amor, se obedecerem aos mandamentos de Jesus.
Tenho-vos dito isto para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.[6]
Jesus teve a alegria de uma vida produtiva, cheia de amor pelo Pai, pelos discípulos e pelo mundo. Ele queria que Seus discípulos desfrutassem da mesma alegria, resultante de uma vida de obediência de todo o coração ao que Ele ensinou ao longo de Seu ministério. Até aquele ponto, pouco se falou sobre alegria neste Evangelho. A única menção ao tema aparece em João 3:29. No entanto, quando Jesus falou com Seus discípulos no cenáculo, Ele Se referiu a alegria seis vezes.[7]
O meu mandamento é este: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.[8]
Anteriormente (versículo 10), Jesus Se referiu aos mandamentos, no plural: Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor. No entanto, fala de apenas um mandamento, o qual também foi citado anteriormente neste Evangelho. Novo mandamento vos dou: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei a vós, assim também deveis amar uns aos outros.[9] Jesus deixou claro que, se amarmos da maneira como Ele usa o termo, não precisaremos de nenhuma outra regra, porque o amor nos motivará e nos guiará a fazer o que Deus deseja.
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a própria vida pelos seus amigos.[10]
Jesus agora Se refere ao maior amor de todos. Afirma que dar a vida por outra pessoa é o maior amor que pode existir. Nesse contexto, Jesus está Se referindo a entregar Sua vida na cruz. Alguns questionam se sacrificar a vida pelos inimigos não seria considerado maior do que fazê-lo pelos amigos. No entanto, não é o que foi abordado aqui. Jesus estava com Seus amigos, aqueles que estiveram com Ele durante Seu ministério, e falou apenas de amigos. Em referência a eles, Jesus disse que não se pode ter maior amor do que morrer por eles. Jesus estava prestes a fazer exatamente isto: dar a vida pelos outros.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.[11]
Jesus chamou de amigos os onze discípulos que estavam com Ele na Última Ceia. Como essa amizade dependia de compartilharem os mesmos objetivos e metas, Jesus adicionou uma condicionante: se fizerdes o que eu vos mando. Claramente Judas, que tinha sido um de Seus discípulos, não era mais um amigo, mas aqueles que estavam com Ele na Última Ceia e, na sequência, quando foi preso, eram Seus amigos.
Já não vos chamo de servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Antes, tenho-vos chamado amigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.[12]
Jesus diz que não mais chamaria Seus discípulos de servos. Jesus não chamou especificamente Seus discípulos de servos neste Evangelho, mas alguns versículos chegam bem perto disso. Em uma passagem anterior, dissera: Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.[13] A palavra grega (kyrios) traduzida aqui como Senhor significa o proprietário, o dono, aquele que tem o controle de uma pessoa ou coisa. O relacionamento de Jesus com Seus discípulos não era mais o de um mestre e servo. A partir daquele momento, Jesus os chamaria de amigos. Ele não está escondendo nada deles, mas disse-lhes tudo o que ouvira de Seu Pai.
Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.[14]
Nos dias de Jesus, os professores eram escolhidos pelos discípulos para serem por estes seguidos. No entanto, no caso dos discípulos de Jesus, foi Ele quem escolheu os apóstolos e os incumbiu de uma missão.
Disse-lhes para irem (vades), ou seja, deveriam ser Seus emissários ao mundo e levar Sua mensagem aos outros. Como Seus emissários, deveriam dar frutos e seus frutos permaneceriam. A tarefa era compartilhar a mensagem com os outros, fazer deles discípulos, para que também compartilhassem a mensagem e dessem frutos duradouros.
(Continua.)
A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright © 2001, por Editora Vida.
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